Piscinas de 3 x 4,5 metros em cada varanda. Pista de patinação no gelo. Simulação de ondas em piscina “FlowRider” para surfistas de plantão. Salão de boliche. Elevadores privativos para pessoas e para seus carros — e até mesmo garagem para uma coleção de máquinas que podem ser vistas da sala de estar em edifícios com 60 andares de altura, como já publicamos aqui.
A piscina no topo do Brickell Flatiron com vista de 360º para a Baía de Biscayne Bay e Centro de Miami é uma das tentativas das incorporadoras de se destacarem no concorrido mercado de luxo imobiliário — Imagem: CMC GROUP
Serviço de concierge 24 horas por dia, manobristas, salas de spa e super academias e fitness centers passaram a ser o “básico” em praticamente qualquer condomínio de luxo no mercado imobiliário de Miami. Para vencer a concorrência, construtoras e incorporadoras começam a adicionar detalhes exclusivos o bastante para realeza nenhuma botar defeito, numa verdadeira competição por lazer e exclusividade e absoluta ostentação.
“A ostentação por si só está completamente fora de moda e é deselegante,” diz o jornalista Sergio Cesario, consultor imobiliário da Douglas Elliman, que é especializado no mercado imobiliário em Miami. “O segredo não é construir um prédio luxuoso, mas desenvolver a arte de criar desejos, de oferecer algo que as pessoas ainda não sabem que querem. É exatamente isso que as incorporadoras estão buscando a cada lançamento.”
O condomínio One River Point, que está sendo construído às margens do Miami River, terá uma piscina com raia olímpica, uma outra com “borda infinita”, café e restaurante exclusivos para residentes, adegas climatizadas, salas de música para recitais e até galerias de arte para vernissages privativas.
Serão duas torres de 60 andares cada uma com apartamentos que variam entre aproximadamente 90 m2 e 1.100 m2, cozinhas abertas em estilo gourmet e preços entre US$ 650,000 e US$ 12 milhões. O projeto será concluído até o final de 2018.
Para os cinéfilos nada melhor que salas de cinema com som e imagem de primeiríssima qualidade. Os condomínios ultra-luxuosos de Miami não deixam essas salas de fora. O empreendedor Ugo Colombo, presidente do CMC Group, promete a projeção de filmes nas salas reservadas do Brickell Flatiron ao mesmo tempo ou antes de seu lançamento nos cinemas.
Praticamente todos os novos condomínios de luxo em Miami oferecem elevadores privativos, só que um desses lançamentos vai além. O Paramount Miami Worldcenter incluiu no projeto um elevador que leva o morador para uma kitnete ou estúdio exclusivo dentro do apartamento. Isso mesmo. É um cômodo separado e que pode ser “fechado” de forma independente. A ideia é que seja usado por seus hóspedes (alô, sogrinha!) O mesmo elevador poderá levar o morador diretamente do apartamento para o shopping no 3º andar. Há ainda a super promessa para uma area comercial ao ar livre, no já reconhecido estilo “high street” e que faz parte de um dos complexos mais esperados de Miami para 2018.
O empresário Daniel Kodsi da incorporadora responsável pelo Paramount Miami Worldcenter prevê que “não será difícil encontrar pessoas de pijamas fazendo suas compras!”
Piscina e “cabanas” do PARAMOUNT Miami Worldcenter — Imagem: Divulgação
A busca pelo novo e pelo que há de mais moderno e diferente é uma luta das incorporadoras muito tempo antes do luxo ser o que é. “Não se trata de medir a superioridade entre nós construtores e idealizadores de grande projetos imobiliários,” diz Gil Dezer, da Porsche Design Tower, “estamos apenas oferecendo o que nossos clientes exigem.”
Ainda assim, as incorporadoras buscam formas criativas e inovadoras para se destacarem das demais. É o que oferece vantagem num mercado cada vez mais competitivo. O mercado imobiliário em Miami já reflete os efeitos do custo mais elevado de terrenos e da construção civil. Somado a isso, o “pool” de investidores estrangeiros está mais restrito, gerando maiores desafios de mercado. Um recente estudo sobre o mercado imobiliário residencial de Miami feito pelo “Downtown Development Authority”, departamento da cidade responsável pelo desenvolvimento urbano, apontou a valorização do dólar como uma das principais razões na diminuição do ritmo de investimentos por parte de brasileiros e investidores de outras nacionalidades nos últimos meses.
Vista da varanda do PARAMOUNT Miami WorldCenter — Imagem: Divulgação ParamountMWC
Nem mesmo os sinais de desaquecimento impedem as incorporadoras de estenderem aos seus clientes a experiência de viver em luxo por preços mais atrativos e acessíveis.
Uma dessas opções e que vem chamando a atenção de brasileiros apaixonados por música, esportes, artes e bem-viver é o Paramount Miami Worldcenter. O preço de aproximadamente US$ 7.500 o m2 inclui campo de futebol, quadras de tênis, basquete, pista de cooper, salas de yoga, spa, boxe e até mesmo um estúdio de gravação, o “Jam Room” totalmente equipado com instrumentos musicais e desenhado para acomodar residentes com talento musical.
O campo de futebol do PARAMOUNT World Center — Imagem: Divulgação
No centro financeiro de Miami, os preços dos apartamentos de cobertura do Brickell Flatiron variam entre US$ 2,5 million e US$ 14 milhões e incluem diferenciais como “concierge digital”. Os moradores —através de seus respectivos “smartphones” — podem ser localizados e terem suas encomendas mais urgentes entregues onde estiverem, além de poderem contar com os serviços mais comuns, como reservas nos restaurantes, shows e galerias que estiverem mais próximos e disponíveis no momento.
Nesta disputa por mimos e bajulações, David Martin, do condomínio Grove at Grand Bay, do bairro de Coconut Grove, preferiu contar com a força do calor humano e adicionou ao cardápio de serviços, a comodidade de um mordomo além dos serviços do concierge. O trabalho do mordono se estende por todas as areas comuns e de lazer dos prédios até as visitas ao supermercado para abastecer a geladeira, a dispensa, a adega ou simplesmente “consertar” aquela torneira emperrada do proprietário.
“No frigir dos ovos, trata-se de tornar a vida das pessoas mais fácil e leve,” diz David Martin. “O que podemos fazer para melhorar?”
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