RELATÓRIO DE SETEMBRO — Mansões são as mais procuradas nos Estados Unidos
Diante de uma economia frágil e efeitos negativos induzidos por uma pandemia, com milhões de pessoas desempregadas e futuro incerto, muita gente acredita que este não seria o melhor momento para gastar muito dinheiro numa casa; a menos que esse indivíduo seja muito rico, more numa casa de luxo, com muita área livre, piscina, lazer e longe de centros urbanos potencialmente infectados.
As tendências de compra de imóveis da camada mais rica da população norte-americana mostram mudanças significativas nos hábitos de consumo desses indivíduos. A demanda no setor vem mudando de prédios urbanos elegantes para destinos de férias populares, onde os compradores encontram residências maiores e exclusivas em áreas menos povoadas, as chamadas “Zoom towns”, com mais proprietários trabalhando de casa. É o que revelam estudos do Institute for Luxury Homes Marketing realizados nos últimos doze meses.
O interesse por conforto em casas de luxo disparou nos Estados Unidos alimentado por tendências demográficas, taxas de juros baixas e uma fuga urbana provocada pela pandemia. Ao mesmo tempo, um volume mais baixo que o normal nos estoques de casas existentes tem puxado os preços para cima e estimulado novas construções projetadas para atender as exigências do comprador de imóveis com valor acima de um milhão de dólares.
O Relatório do Mercado de Luxo de setembro de 2019 mostrou queda na demanda pelos imóveis residenciais de altíssimo padrão em comparação aos anos anteriores. Na época, as decisões de compra por parte dos indivíduos com alto patrimônio líquido (HNWI) baseavam-se na diversificação de portfólios, priorizando a qualidade do imóvel ao invés de mais espaço e da inclusão de áreas de lazer.
As mudanças no setor refletem em parte o impacto recente da pandemia e apontam para o reconhecimento do mercado em incluir areas para o bem-estar social, físico, mental, emocional e até espiritual dos residentes. Pelo que podemos observar nos relatórios dos últimos seis meses, tem havido um ressurgimento na compra de mega mansões e casas com areas mais amplas, tanto internas quanto externas, mais espaço reservado à home-offices, fitness center e salas de recreação, como estúdios de Yoga, spa e piscina.
Indivíduos de grande poder aquisitivo são tradicionalmente menos afetados por picos recessivos. Alguns aproveitam a oportunidade para remanejar os investimentos em imóveis”
— Javier Vivas, Realtor.com
O relatório de setembro analisa outras variáveis importantes, como o aumento no preço médio de venda, os efeitos de trabalhar em casa e os mercados que tiveram o maior impacto. O efeito da pandemia no mercado imobiliário de luxo foi contrário a todas as previsões iniciais de uma recessão global iminente. Mesmo durante os primeiros meses, quando o setor “deu uma pausa”, o impacto no valor das propriedades foi mínimo.
O diretor de pesquisa econômica do site imobiliário realtor.com, Javier Vivas, acredita que a COVID-19 e a recessão global não afetaram a todos igualmente. Ele diz que ao sairmos de um grande boom econômico “os compradores de casas no segmento de luxo acumularam riquezas para alocar investimentos nesse tipo de compras”. Javier explica que os indivíduos de alto poder aquisitivo são tradicionalmente menos afetados por picos recessivos e alguns aproveitam a oportunidade para remanejar os investimentos em imóveis.
O Relatório do Mercado de Luxo do Institute for Luxury Homes Marketing permite análise das estatísticas mês a mês e tendência dos principais mercados residenciais do Canadá e dos Estados Unidos pelos últimos 13 meses.
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